quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Cartas na Rua

"Este é um trabalho de ficção, dedicado a ninguém"

Segundo livro do Bukowski em duas semanas. O outro foi uma seleção de contos, 'Numa Fria'. O de hoje foi seu primeiro romance 'Cartas na Rua'.

Quer saber? Diverte pacas. Apesar de toda sua grosseria e escrotidão (e talvez mesmo por elas) ele vai num livro manso, palavras fáceis, como quem não quer dizer nada a ninguém. E vai não dizendo ao longo de 150 páginas que voam, o sujeito perdido, (sobre)vivendo entre bebidas & cavalos & mulheres & gente escrotinha - ele também nesse último grupo.

E nessa luta ele goza, enraivece, bate e apanha. E não sofre. Escondido num gigante escudo de resignação diz que a vida é uma merda, mas diz como uma constatação, não um lamento. E vai comendo pelas beiradas ridicularizando a si próprio e ao mundo, sem orgulho nem pecado.

O que há de novo então em seu mais velho romance? Nada. OK, pra não ser injusto: o Henry Chinaski da vez trabalha nos correios. Só.

Fica a sugestão para leitura de banheiro. Penso que ele acharia apropriado.
Ps. Nesse livro, edição velha pacas da Brasiliense, tem uma foto do Cara. Se querem saber, não parece tão durão assim. No ringue Hemmingway X Bukowski, apostava no primeiro fácil. Vitória por nocaute no segundo round.

4 comentários:

Marcio Nolasco disse...

Taí, Bukowski vai pra minha lista de próximas leituras. Li recentemente uma coisa interessante sobre ele. Muita gente acha que ele é da geração beatnik, mas o cara escrevia dessa forma muito antes de existir o movimento e de uma maneira ainda mais crua e cruel. Vou ler.
E o Canteiro Cabul dá seus primeiros passos... hehehe

Abraços!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Misto-quente foi um dos presentes mais surpreendentes que ganhei ano passado (mérito do Nuno!), curti muito. Por acaso logo depois eu li On the Road, outro puta livro... abs!

Unknown disse...

Obs.... O comentário excluídos é o meu mesmo. Não estranhem