terça-feira, 16 de outubro de 2007

1001 discos para ouvir antes de morrer

Que a franquia Cabul não é o único filão editorial rolando por aí, isso não é novidade. Mas, foi numa tarde ociosa que descobri uma forte concorrente para a nossa querida capital afegã. A onda agora é fazer listas mórbidas. E angustiantes. É tudo que você precisa ler-ouvir-ver-conhecer-fazer-etc-etc-antes de morrer. Só falta o 1001 posições para trepar antes de morrer, mas para isso já existe o Kama Sutra e a revista Nova. A febre dos "Antes de Morrer" – assim chamarei esses livros – já registra nove ocorrências no Submarino, superando as sete da busca por Cabul.

Eis a “lista das listas”:

101 coisas a fazer antes de morrer
100 coisas para fazer ( antes de morrer )
1.000 lugares para conhecer antes de morrer
101 bares para beber antes de morrer
Dez coisas divertidas a fazer antes de morrer
1001 livros para ler antes de morrer
1001 discos para ouvir antes de morrer
300 filmes para ver antes de morrer
1001 filmes para ver antes de morrer

Convencido de que não conseguiria cumprir todas essas metas, decidi me concentrar no recém-lançado 1001 discos para ouvir antes de morrer. Pelo menos eu já ouvi - e pra valer - uma parte dessa lista.

Ela é correta na maior parte das vezes, dá conta dos movimentos musicais mais importantes dos últimos cinqüenta anos, possui ótimos textos e informações técnicas de cada álbum, mas deixa alguns furos, começando pela abrangência do título, que não explica se tratar quase exclusivamente de discos pops e de artistas surgidos na segunda metade do século XX. Uma compilação clássica de Robert Johnson, pai do blues e do rock’n’roll, não seria mais essencial do que ...Baby On More Time de Britney Spears (pág. 852)? A opção por excluir coletâneas e evitar ao vivos produziu distorções como essa.

A subjetividade do Editor Geral Robert Dimery também levanta algumas polêmicas. Por exemplo: não há sequer um disco de Cat Stevens. Nem o sensacional Tea for the Tillerman, de 1973. Em compensação, Sweet Baby James (1970), do quase sempre meloso James Taylor, ganha um enorme destaque. Outra para beatlemaníacos: o genial All Things Must Pass, primeiro álbum solo de George Harrison, ganha um textinho minúsculo, enquanto McCartney, o primeiro e controverso disco de Paul, ocupa uma página inteira. Na minha opinião totalmente isenta, o disco de George merecia umas cinco páginas e o de Paul umas três.

A música brasileira aparece muito bem representada, mas sem surpresas. Estão lá a Bossa Nova de Getz/Gilberto (1963) e Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim (1967), o tropicalismo dos primeiros álbuns de Caetano e dos Mutantes, Construção (1972), de Chico Buarque, Clube da Esquina (1972), de Milton Nascimento e Lô Borges, Falso Brilhante (1976), de Elis Regina, entre outros.

De qualquer forma, 1001 discos para ouvir antes de morrer é um importante e prazeroso aliado nas produtivas noites de Internet. Você fecha os olhos, folheia o livro com o dedo indicador apontado para baixo e pronto. É correr para baixar.

5 comentários:

Nuno Coimbra disse...

1001 posts antes de morrer

Anônimo disse...

Bem, pra começar, tenho certeza de que esse livro ainda vai gerar muitos comentários/críticas dos aficcionados por música. Assim como você, que argumentou sobre a falta ou excesso de atenção a alguns ícones, outros hão de fazer o mesmo. Então, o que se pode concluir é que o propósito do livro não é o de agradar aos leitores e sim o de apresentar uma gama de sugestões, de acordo com o gosto e a experiência dos 90 jornalistas e críticos de música internacionalmente reconhecidos que colaboraram na elaboração da obra. Segundo a minha pesquisa, já que ainda não li o livro, eles fizeram uma rica seleção dos álbuns mais inesquecíveis de todos os tempos, abrangendo desde as origens do rock ’n’ roll nos anos 50 aos mais recentes sucessos. Li também que a nossa música vem representada por 18 artistas, que a meu ver, mostra uma arte bem diversificada. Além disso, o livro vem ilustrado com mais de 900 imagens de álbuns, cantores e bandas. Resta-nos, enfim, conferir e alimentar os comentários ou críticas a respeito do trabalho realizado.
PS: Fica aqui registrado o meu protesto em relação à sua crítica sobre o “quase sempre meloso James Taylor” e sua linda canção Sweet Baby James (1970).
Milhões de beijos,

Unknown disse...

PORRA! Como faço pra convencer minha tia a entrar E comentar essa budega???

Annie Hall disse...

Absurdo mesmo nao citar Cat Stevens, PH!!
Agora....amo o McCartney e amo o All Things Must Pass...fico dividida ehehe

beijos!

Anônimo disse...

VI ESTE LIVRO EM CURITIBA E FIQUEI MALUCO MAS NÃO COMPREI POIS NÃO VOLTEI NO SHOPPING CURITIBA VOU VER SE ACHO EM MARINGÁ

RAMIRES ROCK

PARANÁ