segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Baby Down

Gente, vou fazer aqui uma campanha social. Não, não é novela da Glória Perez e nem do Manoel Carlos. Mas é que acabei de ler em um portal de notícias que uma empresa de brinquedos espanhola lançou bonecos com aspectos físicos semelhantes aos de bebês com síndrome de down. Disponíveis nas versões masculina e feminina, cada brinquedo custa o equivalente a R$64,00. Achei bacana a iniciativa da empresa e o preço é bom. Claro, foi uma estratégia de marketing. Mas a intenção de conscientizar e promover a integração entre as crianças e, assim, reduzir o preconceito é extremamente válida.

Quando eu era pequena, não entendia porque todas as bonecas eram brancas. Ficava vendo nas ruas crianças negras com bonecas brancas e achava aquilo muito estranho. Tenho visto uma melhora nesse aspecto. Há dois anos comprei uma boneca negra pra minha irmã, que é bem branquinha. E havia uma loira do mesmo modelo na prateleira da loja. Ela adorou o presente! Acho que isso quebrou um padrão que ela tinha na cabeça. E deve ter quebrado o de muitas meninas por aí. Pelo menos, espero. Mas até hoje é a única “filha” negra que a Clara tem. De repente, não por falta de iniciativa daqueles que a presenteiam, mas por falta de opções no mercado.

A Baby Down, da marca Superjuguete, ainda está à venda apenas em quatro cidades da Espanha. A fábrica garante que 3 três euros de cada boneca vai ser destinado à Fundación Down España. Espero que chegue logo ao Brasil. Com um preço módico, acho que ela tem tudo pra ser sucesso. È só a gente querer.

Ele é brasileiro...

Um Fulano foi preso ontem em Recife tentando estrangular sua mulher -internada em um hospital, por sinal.

Aliás, não era essa a primeira vez que ele tentava. Naquele sábado, quando sua mulher foi internada por conta de um AVC, o obstinado marido havia tentado matá-la, mas foi frustrado e conseguiu escapar da segurança.

Ah! Antes que esqueça: o AVC aconteceu em decorrência de agressão do seu (rufem os tambores)... MA-RI-DO (Palmas! Palmas!).

Os carcereiros que se cuidem... esse cara quer por que quer matar o diabo da mulher. O que ela fez, não diz a notícia. Esses jornalistas teimam em deixar passar o que realmente importa.

Agora, já tô até vendo, 30 segundos intervalo do JN:

A dedicação e esforço de Fulano fazem dele um exemplo para todos os brasileiros:

FULANO É BRASILEIRO E NÃO DESISTE NUNCA!

domingo, 28 de outubro de 2007

Viva o Ringão!

Ringo costuma ser lembrado como o beatle mais simpático e fanfarrão. Às vezes ouvimos falar mais de seus dotes como ator e comediante, presentes nos primeiros filmes da banda, do que de seu talento musical. O fato é que é covardia competir com John, Paul e George. Qualquer um ficaria intimidado com a concorrência. E claro, Ringo nunca foi um puta compositor, mas teve seus momentos inspirados com e sem a banda.

O recém-lançado Photograph: The Very Best of Ringo Starr é a compilação desses momentos em carreira solo, e por isso mesmo é discografia obrigatória. Act Naturally é a única música originalmente lançada com os Beatles. No entanto, ela aparece numa versão de 1989, com Buck Owens.

Todos os ringohits estão aqui, a começar pela música que dá nome ao álbum, It Don’t Come Easy, You’re Sixteen (You’re Beautiful and You’re Mine), No-No Song, Good Night Vienna... Ringo passeia desinibido entre o pop, o rock’n’roll, o country e a balada, além de reunir composições e participações dos outros Beatles. Diversão garantida.

Ao ouvir e ler com atenção a trajetória do cara, descobrimos porque Ringo sempre foi um talentoso showman. Pouca gente sabe, mas antes de ingressar nos Beatles substituindo Pete Best, o baterista era um dos músicos mais requisitados de Liverpool, não só pela competência com as baquetas, mas também por saber cantar. Com a banda, revelou-se mais do que um animador de auditório. Além de músico eficiente e preciso, Ringo mudou a forma de tocar, gravar e afinar bateria, sendo muito copiado posteriormente. Foi uma espécie de “revolução silenciosa”. Viva o Ringão!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Treinadores, baixinhos e bacalhaus

Para diversificar ainda mais a (ausência de) linha editorial do Canteiro Cabul, o editor-chefe me encomendou um post sobre futebol. Rejeitei de primeira, mas ele ameaçou me enviar para a fronteira do Iraque com a Turquia para cobrir a guerra. Como não falo turco nem curdo, aceitei o pedido.

Sou flamenguista e, como todo bom rubro-negro, não vou muito com a cara do Vasquinho (nada pessoal, PH!). Mas foi divertido assistir o Romário como treinador. Sou fã-zaço do Baixinho, disparado o melhor jogador que vi atuar, e quase – veja bem, quase! – torci para que o Vasco ganhasse sob o seu comando. Foi engraçado vê-lo dando instruções na beira do campo e depois se aquecendo para entrar no segundo tempo. Cena histórica.

Sei que muita gente não gosta do Romário. Tá certo, o Peixe é marrento pra caramba, mas ele pode. O cara veio lá de baixo e conseguiu fazer o que quis; a marra é o jeito dele bater de volta na vida.

Ele é baixo e fraco, de temperamento difícil, personalidade forte (o que é péssimo no futebol) e avesso a treinos. Mesmo assim, conseguiu fazer quase tudo o que quis. Ganhou uma Copa praticamente sozinho, foi eleito melhor jogador do mundo, ganhou Campeonato Brasileiro, Espanhol, Holandês e foi artilheiro em todos os clubes que passou. E, como não podia deixar de ser, está em qualquer lista que se preze de melhores jogadores de todos os tempos.

Agora, além de tudo, ganhou ontem também como treinador: 1 a 0 pro Vasco, apesar da não-classificação na Sul-Americana. Já que dificilmente será técnico novamente (como ele próprio declarou), fica com 100% de aproveitamento!

Romário diz que Deus apontou pra ele e disse “Você é o cara”. É, de repente ele tá certo.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Essa Coca-Cola é light...

Gente, o Dumbledore, aquele bruxo com barba branca comprida da série Harry Potter, é gay! Quem contou foi a própria autora do livro, J.K. Rowling, num evento no Carnegie Hall de Nova York. Então eu acho que a fofoca deve ter algum fundamento.

Depois que o Raikkonen foi campeão no GP do Brasil, eu não duvido mais de nada, mas essa história está muito mal contada. Sei não, isso me soa uma jogada - muito bem feita - de marketing.

Confesso, li todos os livros, menos o último! E nunca vi nenhum indício de que o diretor de Hogwarts gostasse de comer outro tipo de fruta. Fãs já discutiam há tempos sobre a possível sexualidade do vovozinho, mas fãs discutem sobre qualquer coisa depois que lêem o livro e vêem o filme pela 5.678ª vez.

A espertinha deve ter visto que estavam discutindo se o Dumbledore era ou não era homossexual. De manhã cedo, assistiu na BBC uma reportagem dizendo que o público gay forma um puta mercado em potencial, pouquíssimo explorado. Tico e Teco trabalhando... dois dias depois:

- Eureca! - e Dumbledore virou boiola.

Ela chegou a contar uma história de que ele fora apaixonado no passado por um inimigo e essa frustração amorosa o traumatizara por toda a vida. Detalhe: ela não fala nada disso em nenhum dos 7 – sim, sete! – livros.

Pra mim vale o que tá escrito. Claro, podem ter coisas subentendidas, omitidas ou entrelinhadas, de resto é puro joguinho para vender mais livros.

No mais, já pipocam diversas comunidades no Orkut como “Dumbledore virou purpurina” e “Dumbledore é gay! Eu já sabia”. Tá, eu admito, tem sua graça...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Uma explicação para o inexplicável

Eu sei que estive sumida por um tempo. Não, eu não sumi como a Madeleine. Meus pais não foram acusados de me matar, esconder meu corpo e depois anunciar o meu desaparecimento durante essa temporada em que não postei nada aqui. Também não enchi o saco ou desisti do blog. E nem do jornalismo. Agora você deve estar pensando: “Essa colaboradorazinha escreveu dois textinhos mixurucas e já se sentiu no direito de tirar férias!” Engano seu, caro leitor.

O motivo da minha ausência se deve a um fato não muito agradável de ser publicado. Num trabalho sério, poderia até resultar em demissão. Mas como aqui não corro esse risco, já que sou uma das fundadoras, vou botar a boca no trombone. O que esteve pegando durante esse período foi a ausência de incentivos do nosso editor-chefe. No final do mês de setembro, saldo da conta corrente anunciando R$0,00 na tela do caixa eletrônico, fui pedir ao Todo Poderoso do Canteiro uma ajudinha para ir ao teatro. Pedido negado. O blog está em fase de contenção de gastos. Tudo bem, tudo bem. Fico uma semana sem escrever, não vai ter problema. Até lá, recebo o paItrocínio do mês e vou assistir a uma peça. Eis que chegaram as semanas de provas. E lá se vai boa parte do dinheiro para as inúmeras xérox tiradas de uma última hora, como é de praxe. Novamente, pedi a colaboração Dele. E, novamente, tive pedido negado. Saí da sala da chefia com o rabinho entre as pernas. Passei as quatro semanas sem escrever e ouvindo cobranças do chefe quanto à minha falta de responsabilidade em relação ao trabalho. O que ele queria? Que eu plantasse dinheiro no quintal?

Como é que se recruta estudantes de comunicação para serem colaboradores de um blog, se não dão a ele condições de trabalho? Fique sabendo, seu editor-chefe, que avareza é pecado. E trabalho escravo também. Além de mal remunerados, somos cobrados por aquilo que não podemos fazer, mas querem que a gente faça: milagre. Transformar uma nota de um real em uma de 50 para pagar uma entrada no teatro não é mole, não! Me desculpe, leitor, me desculpe por ser obrigado a ler meu desabafo. Mas é assim mesmo que as coisas funcionam. Sorte sua se não tem um chefe pecador. Estou de volta ao trabalho, com ou sem dinheiro. De algum jeito esses textos vão ter que sair. Obrigada.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Se correr o bicho pega e se ficar...

A história se dá mais ou menos assim: um cara, escritor, resolve que quer comer a namorada. Ok, problema nenhum, até saudável esse lance, relaxar e gozar. O problema é que ele resolveu que ia comê-la de uma maneira muito pouco ortodoxa.

Sadomasoquismo? Bah!, que coisa mais careta.

A fantasia do cara envolvia panelas, facas & temperos. Alguém arrisca agora?

SIM! Trata-se de um clássico caso deeeee Ca-ni-ba-lismo senhoras e senhores. Ao ser visitado por policiais armados em busca de sua desaparecida namorada, tentou fugir antes de ser pego. Eles encontraram: uma namorada esquartejada, restos de carne humana na panela e na geladeira e, last but not least, um romance inacabado "Instintos Canibais ou Doze Dias" que versa sobre 'antropofagia, sexo, sadomasoquismo e coprofagia' (o que quer que seja isso).

Apesar de toda essa cara de filme B, isso de fato aconteceu. E pros chatos de plantão prontos pra dizer mais uma vez 'Tinha que ser nos EUA', o ocorrido se deu no México.

Outro caso beeeem bacana de canibalismo é o de um alemão. Peculiar por alguns motivos. O primeiro deles é que o cara pode ser solto daqui a algum tempo bom bom comportamento, outro é que tem um livro escrito sobre ele, acho que do legista do caso. Agora, o bacana bacana mesmo do causo é que o canibalizado pediu pra ser comido. Calma!, piora: conheceram-se na internet, numa comunidade canibal (?!?), onde se reúnem pessoas que tem gosto pela coisa, comedores&comestíveis.

Em entrevista ele disse ser fascinado pela história de João e Maria, aquela que a bruxa põe o rapazinho na engorda pra devorá-lo. Disse ainda que ficaríamos impressionados com a quantidade de Joãos e Bruxas por aí...

Papo findo, vou-me indo. Esse assunto dá uma fooome...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

1001 discos para ouvir antes de morrer

Que a franquia Cabul não é o único filão editorial rolando por aí, isso não é novidade. Mas, foi numa tarde ociosa que descobri uma forte concorrente para a nossa querida capital afegã. A onda agora é fazer listas mórbidas. E angustiantes. É tudo que você precisa ler-ouvir-ver-conhecer-fazer-etc-etc-antes de morrer. Só falta o 1001 posições para trepar antes de morrer, mas para isso já existe o Kama Sutra e a revista Nova. A febre dos "Antes de Morrer" – assim chamarei esses livros – já registra nove ocorrências no Submarino, superando as sete da busca por Cabul.

Eis a “lista das listas”:

101 coisas a fazer antes de morrer
100 coisas para fazer ( antes de morrer )
1.000 lugares para conhecer antes de morrer
101 bares para beber antes de morrer
Dez coisas divertidas a fazer antes de morrer
1001 livros para ler antes de morrer
1001 discos para ouvir antes de morrer
300 filmes para ver antes de morrer
1001 filmes para ver antes de morrer

Convencido de que não conseguiria cumprir todas essas metas, decidi me concentrar no recém-lançado 1001 discos para ouvir antes de morrer. Pelo menos eu já ouvi - e pra valer - uma parte dessa lista.

Ela é correta na maior parte das vezes, dá conta dos movimentos musicais mais importantes dos últimos cinqüenta anos, possui ótimos textos e informações técnicas de cada álbum, mas deixa alguns furos, começando pela abrangência do título, que não explica se tratar quase exclusivamente de discos pops e de artistas surgidos na segunda metade do século XX. Uma compilação clássica de Robert Johnson, pai do blues e do rock’n’roll, não seria mais essencial do que ...Baby On More Time de Britney Spears (pág. 852)? A opção por excluir coletâneas e evitar ao vivos produziu distorções como essa.

A subjetividade do Editor Geral Robert Dimery também levanta algumas polêmicas. Por exemplo: não há sequer um disco de Cat Stevens. Nem o sensacional Tea for the Tillerman, de 1973. Em compensação, Sweet Baby James (1970), do quase sempre meloso James Taylor, ganha um enorme destaque. Outra para beatlemaníacos: o genial All Things Must Pass, primeiro álbum solo de George Harrison, ganha um textinho minúsculo, enquanto McCartney, o primeiro e controverso disco de Paul, ocupa uma página inteira. Na minha opinião totalmente isenta, o disco de George merecia umas cinco páginas e o de Paul umas três.

A música brasileira aparece muito bem representada, mas sem surpresas. Estão lá a Bossa Nova de Getz/Gilberto (1963) e Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim (1967), o tropicalismo dos primeiros álbuns de Caetano e dos Mutantes, Construção (1972), de Chico Buarque, Clube da Esquina (1972), de Milton Nascimento e Lô Borges, Falso Brilhante (1976), de Elis Regina, entre outros.

De qualquer forma, 1001 discos para ouvir antes de morrer é um importante e prazeroso aliado nas produtivas noites de Internet. Você fecha os olhos, folheia o livro com o dedo indicador apontado para baixo e pronto. É correr para baixar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Stardust

Em despretensiosa noite de sábado, entre um jogar bola e uma festa de aniversário, topei ir em Botafogo pra conferir Stardust. Evidentemente, o Prosa&Verso do dia em muito ajudou o convencimento: a história é do Neil Gaiman, o taaal do Sandman etc&tal. Com isso o meu 'não tou muito afim de ver' -explicado por um dos piores traillers que eu já vi- mudou, de súbito, para 'PRECISO ver'. E não decepcionei nem um tiquinho.

Stardust é uma história de fantasia: um rapaz se propõe a buscar para a muher amada uma estrela cadente que caiu do outro lado do Muro. O outro lado do muro (EVIDENTEMENTE) é um universo paralelo, com bruxas, magia, e toda sorte de criaturas e aventuras esperando o protagonista. Vale lembrar que o elenco é pontuado por Robert De Niro e Michele Pfeifer, de capitão homossexual de um navio voador e bruxa má, muito má mesmo, respectivamente. A história se enrola quando os candidatos à sucessão do reino -que possuem o hilário costume de matar uns aos outros-e as irmãs bruxas vão atrás daquela mesma estrela que o rapaz procura. A partir disso, TUDO acontece.

Algumas virtudes: 1) deixa claro algumas lições bacanas e o melhor de tudo moralismofree; 2) serve bem a todos os públicos; 3) um final bonitinho sem ser idiota.

Pra quem ainda assim não quiser ver: o Robert De Niro aparece travestido. Se isso não vale o ingresso, não sei o que mais pode.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Breve ausência

Canteiro Cabul esteve fora do ar para balanços.
Boas notícias: já recuperamos todo o dinheiro investido em sua criação, um feito não só para um veículo comunicação como para qualquer setor empresarial.
Dito isso, nossos autores estão ansiosos para nos trazer mais do melhor conteúdo comunicativo da internet.

(Aviso aos colaboradores: TRABALHEM, PORRA!)